TODAS as menções aos protagonistas de ‘It: A Coisa’ em ‘Bem-vindos a Derry’

A série recontextualiza completamente a coragem de Mike Hanlon ao nos apresentar a luta de seus antepassados. Ao acompanharmos a força bruta de seu avô Leroy e a resistência de sua avó Charlotte contra o racismo e o sobrenatural nos anos 60, entendemos de onde vem a resiliência de Mike. Mais importante ainda, ver seu pai, o jovem Will, enfrentando o horror ainda criança, explica por que Mike cresceu ouvindo tantas histórias sobre a cidade.

O sobrenome Bowers é sinônimo de terror humano em Derry, e a série nos apresenta a origem dessa linhagem tóxica através do Chefe de Polícia Clint Bowers. Ele é o provável avô de Henry Bowers, o sociopata que atormenta o Clube dos Otários no futuro. Ao mostrar Clint cedendo à pressão racista da cidade para prender inocentes (como Hank Grogan), a série planta a semente da rivalidade mortal entre as famílias Bowers e Hanlon. Fica claro que o ódio obsessivo que Henry sentirá por Mike Hanlon em 1989 não nasceu do nada; foi um veneno passado de pai para filho, começando pela fraqueza moral e preconceito de seu avô nos anos 60.

O sexto episódio confirmou a teoria mais perturbadora da série: Ingrid Kersh (Madeleine Stowe) é filha biológica de Bob Gray, o homem que inspirou a forma de Pennywise. Mas a revelação vai além: Ingrid não é apenas uma vítima; ela é uma cúmplice ativa. Adotando a persona da palhaça “Periwinkle”, ela tem se vestido com o antigo figurino do pai para atrair crianças para a Entidade, acreditando, em sua loucura, que o monstro é seu pai aprisionado que precisa ser “alimentado”.

Isso explica um dos maiores mistérios da temporada: o palhaço que apareceu naquelas fotos no cemitério era ela (uma humana fantasiada), e não A Coisa — por isso os adultos conseguiam ver a figura na fotografia. A “Sra. Kersh” que aterroriza Beverly no futuro não é apenas um monstro; é a memória de uma filha que dedicou a vida a servir a fome de seu “pai”.

A Farmácia Center Street não é apenas um cenário de fundo em Bem-Vindos a Derry; ela é o palco de um futuro trauma. A presença da família Keene administrando o local nos anos 60 é um link direto para Eddie Kaspbrak. É neste mesmo balcão que, décadas depois, o Sr. Keene (provavelmente o jovem que vemos agora ou seu filho) revelará com crueldade a Eddie que seus remédios para asma são apenas “placebos” (ou “gazebos”, na famosa confusão do personagem). A série estabelece que a frieza dos Keene é antiga, preparando o terreno para a manipulação médica que marcará a vida hipocondríaca de Eddie.