Marilyn Manson
The High End of Low
Universal
O monstrengo do horror metal se repete e perde a graça e o interesse
Como aconteceu com Alice Cooper, Twisted Sister e outros nomes do rock que costumavam chocar pelo visual e nem tanto pelo conteúdo das canções, chegou o momento em que há pouca ou nenhuma novidade no trabalho de Marilyn Manson. Pode-se dizer que este The High End of Low, o sétimo de estúdio de sua carreira, é um álbum que ele já gravou em outras ocasiões. Não há uma única faixa que cause o impacto de “Beautiful People” ou “The Dope Show”. Ao contrário, Manson parece o tempo todo tentar resgatar a força daquelas canções. Basicamente, o que se escuta é um apanhado de músicas que parecem com outras do seu repertório. É certo que na ode à repetição que o cantor americano promove surgem traços sonoros de algum interesse, como na balada “Running to the Edge of the World” ou no primeiro single, “We’re from America”. Mas é pouco. Mesmo com a volta do baixista Twiggy Ramirez ao time, faltou entusiasmo. Tanto que há coisas muito chatas, como “WOW”. Também não dá para esperar muito de “I Want to Kill You Like They Do in the Movies” (“quero te matar como eles fazem nos filmes”), que, de criativa, só tem o título. Tudo bem que muita gente no rock consegue fazer o mesmo som eternamente sem desiludir os fãs. No caso de Marilyn Manson, o ouvinte é como uma criança que não se assusta mais com o bicho-papão.
POR JOSÉ NORBERTO FLESCH