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Redação Publicado em 05/01/2010, às 20h52 - Atualizado às 20h52

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Vários - Coletânea de Música Eletroacústica Brasileira - Divulgação
Vários - Coletânea de Música Eletroacústica Brasileira - Divulgação

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Coletânea de Música Eletroacústica Brasileira

SBME

Caixa revela faceta exótica e pouco conhecida da nossa música

A ressonância da música eletroacústica ainda restringe-se, no século 21, aos ambientes do “underground acadêmico”. Seu estudo, experimentalismo, organização e amplitude internas, todavia, dão banho de dinâmica e, muitas vezes, de estética nos eficazes – porém combalidos – mercados da música, seja o mainstream ou o independente. A Coletânea de Música Eletroacústica Brasileira, histórica edição materizaliada neste box set com cinco instigantes álbuns – Praecursorius, Constructionis, Spatium, Ludus e Naturae –, vale como “certidão de sucesso” desse experimental e incógnito gênero sonoro. Seu lançamento traz a panorâmica completa, de 1957 a 2008, da produção nacional nesses domínios. São 54 obras de 32 compositores de quatro gerações. Dentre eles, Anselmo Guerra, Bruno Ruviaro, Conrado Silva, Djalma Farias, Edson Zampronha e Eloy Fritsch. O disco Praecursorius resgata obras raras do compositor paraibano Reginaldo Carvalho, introdutor do concretismo no Brasil, e também de Jorge Antunes, precursor da música eletrônica. Antunes foi o primeiro a compor uma peça eletrônica: “Si Bemol” (1957) - gravada no Estúdio de Experiências Musicais, no Rio de Janeiro. É curioso saber que nos anos 60 menos de cinco brasileiros praticavam essa linguagem musical; e que nos anos 90 a “comunidade eletroacústica” somava centenas de criadores. Musicalmente, impera o “ruidismo futurista”, obtido mediante manipulação de fitas magnéticas, colagens e sobreposições de sons. Traquitanas como o gerador de ondas dente-de-serra e o reverberador de mola - além do eletromagnético teremim - realçam o mistério.

POR CRISTIANO BASTOS