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Johnny Cash

Redação Publicado em 07/04/2010, às 05h32 - Atualizado às 12h09

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Divulgação
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Johnny Cash

American VI – Ain’t No Grave

American/Universal

Digno e emocionante capítulo final da saga discográfica do Homem de Preto

Quando Johnny Cash começou a gravar os discos que se tornariam a série American Recordings, seu corpo já desmoronava com os efeitos das inúmeras doenças que o afligiram em seus últimos anos. Ele e o produtor Rick Rubin não perderam tempo em gravar o máximo possível. Ain’t No Grave, que encerra a série, é ligeiramente inferior aos outros, mas serve como um epitáfio adequado. São nove covers e uma canção original de Cash e todas as músicas contemplam a eminente mortalidade. Apesar de aparentemente não terem nada a ver umas com as outras, elas fazem sentido quando unidas pela voz sombria, mas já um tanto enfraquecida de Cash. Em “Ain’t No Grave (Gonna Hold This Body Down)”, de Claude Ely, Cash fala que ele pode ir para a cova, mas seu espírito ainda vai ficar por aí por muito tempo. “For the Good Times”, do velho amigo Kris Kristofferson, rumina sobre os velhos e bons tempos. Em “I Corinthians 15:55”, a única escrita por Cash, ele usa como referência a passagem bíblica e comenta como estava se preparando para encontrar o Redentor. “Redemption Day”, de Sheryl Crow, também segue essa linha e tem como tema o Juízo Final. Somente alguém como Cash possuía a habilidade de colocar lado a lado um lamento de caubói (“Cool Water”) e um cântico havaiano (“Aloha Oe”) e transformar essas canções em verdadeiras viagens emocionais, transbordando um alto grau de religiosidade.

Paulo Cavalcanti