The Chemical Brothers
Further
EMI
O célebre duo inglês mergulha numa psicodelia suja em novo trabalho
Uma melodia de ruído branco abre o disco mais barulhento e psicodélico da dupla. O novo trabalho muito bem poderia se chamar “The Return of the Killing Analogue Synths”, mas Tom Rowlands e Ed Simmons são mais afeitos à sedução, mesmo por meio de uma avalanche sonora. Vocais de dream pop que surgem no caos da primeira faixa, “Snow”, levam o ouvinte a um sonho sonoramente poluído. Na sequência, a longa e espetacular “Escape Velocity” o joga no meio de uma pista alucinada. Quando se percebe o intento, o título do trabalho vira autoexplicativo. Further, sétimo álbum de estúdio, funciona assim, alternando espasmos neurais e motores enquanto estica a predileção do duo inglês pela psicodelia. É fato declarado que Further nasceu da reciclagem da série Electronic Battle Weapons e sets ao vivo matadores. “Horse Power”, por exemplo, com riffs já ouvidos em “It Began in Afrika”, “Out of Control”, “Saturate” e outras faixas do passado, é um medley velado da carreira da dupla. Faixas menos familiares, porém, não deixam de impressionar. “K+D+B” ressuscita synths de antanho e “Dissolve” vira um rock progressivo para pistas de dança
José Julio Espirito Santo