Justin Bieber
My Worlds
Universal
Ídolo teen tem potencial e vai além de canções típicas de sua faixa etária
Além de arrancar suspiros e gritos de crianças e adolescentes, Justin Bieber também faz música. My Worlds, seu disco de estreia, reúne EPs lançados a partir de 2007 a faixas-bônus diversas. Apesar de às vezes escorregar nos efeitos (“Favorite Girl” fica no limite do Auto-Tune, quase descaracterizando a voz do rapaz de 16 anos, e a “parede” de teclados incomoda), o trabalho consegue seguir o caminho certo, destacando o talento vocal de Bieber. Mas o que é vantagem também funciona no sentido contrário: as músicas do cantor não são infantis nem em temática nem esteticamente. E aí canções como “Down to Earth” soam esquizofrênicas, com a voz infantil que as conduz. Esse efeito é amansado por momentos como “Bigger”, que fala exatamente de crescimento e desenvolvimento, e nas músicas da segunda parte, gravadas a partir do ano passado. Justin Bieber gravava vídeos musicais e postava no You- Tube para que familiares pudessem vê-lo cantando – uma história que cede ao artista uma credibilidade valiosa em tempos de “indústria musical Disney”. Para reforçar, o padrinho/patrão Usher aparece em “First Dance” e o rapper Ludacris dá uma mão no hit “Baby”. O conjunto geral do disco de Bieber é como a adolescência típica: divertida e passageira. A não ser que você seja o Michael Jackson.
Paulo Terron