Adele
No milionário 21 (2011), Adele transformou dor em poder. Quatro anos e 30 milhões de discos vendidos depois, o remorso ainda é a inspiração. Mas se no CD anterior ela era uma mulher encarando um romance fracassado, em25 ela se mostra majestosa e resoluta, lamentando o passado em “Water Under the Bridge” e “When We Were Young”. Até o hit “Hello” é uma despedida. O sentimento nostálgico é perfeito para uma artista que busca influência no passado, embora a urgência “tudo ou nada” das canções seja bastante moderna. Ela se mostra sombria na acústica “Million Years Ago”, que soa como se Caetano Veloso estivesse compondo para Dusty Springfield. A música dela surge madura em baladas de fossa, como “Love in the Dark” e a já citada “When We Were Young”. O mais poderoso momento é “All I Ask”, escrita com Bruno Mars, na qual Adele se dirige a um amante naquela que ela sabe que será a derradeira noite deles juntos, e tudo se desenrola em câmera lenta. Em 25, nenhuma demonstração de força aparece como surpresa. Vamos torcer para que o próximo CD se chame 28 e não 30. Cada novo capítulo da história de Adele é bom demais para se esperar tanto tempo.
Fonte: Sony