Neil Young & Crazy Horse
Bardo canadense revisita (ou avacalha) tradicionais canções dos Estados Unidos
Neil Young já não é um artista popular – é gosto adquirido. Ou você sai gritando “mais” ou pede água. Quando se reúne ao Crazy Horse, seu grupo de apoio mais festejado, não tem concessões. Young e comandados forjam mais um disco indisciplinado e com guitarras estropiadas. Seria o mesmo de sempre se não fosse o repertório, que não contém nenhum original. Young fez uma seleção de canções folclóricas norte-americanas, aquelas que tocam em desenho animado ou em fundo de velhos western, melodias que todos conhecem, mas não sabem o nome. Estas músicas de domínio público já foram interpretadas um milhão de vezes, sempre com reverência. Young chuta a porta. Já começa com “Oh! Susanna”, canção de Stephen Foster da era dos menestréis, dominada pela cacofonia das guitarras e pelo grunhido de Young. O canadense e sua gangue também mandam para o abatedouro “Clementine”, “Tom Dooley” e até o doo wop “Get a Job”, que aqui ficou meio fora do contexto.
Fonte: Warner