Supercombo
Banda reformula a formação e retorna com momentos inspirados
Na ativa desde 2007, o Supercombo tem como figura central o vocalista e guitarrista Léo Ramos, que ganhou certa projeção ao vencer o reality show Astros com o projeto 2ois. Depois de uma reformulação geral na formação, a banda retorna com este encorpado terceiro álbum. Em Amianto, o indie rock convencional de guitarras ligeiras choca-se com o rock de arena. A frágil voz de Ramos, em vez de comprometer, concede em algumas canções um fio de tensão que abraça as melodias mais prementes. Mas o lado compositor dele, sem dúvida é o que mais sobressai em todo o conjunto, sempre mirando em temas caros à Geração Y sem soar óbvio ou então com excesso de hermetismo. A faixa “Piloto Automático” exaspera o sentimento de inadequação com uma época de hiperatividade e busca incessante por um sentido da vida. A climática “Sol da Manhã” e seu ambiente de crescente tensão poderiam figurar em algum disco da era dourada do Smashing Pumpkins. Já os riffs de guitarra gordos e entrelaçados de “O Peso da Cruz”, sucedida pelo humor volátil de “Ela”, fecham uma trinca representativa. Dizem que o rock brasileiro não anda muito bem das pernas, mas o Supercombo está aí para contradizer o senso comum dos eternos saudosistas de plantão.
Fonte: Independente