Lobão e Os Eremitas da Montanha
No ano passado, Lobão lançou um livro que tem o mesmo título deste disco. Trata-se de uma releitura bem pessoal de hits marcantes dos anos 1980. Ele diz que aquela foi uma época de grandes canções, mas reforça que detesta a sonoridade, implicando com os timbres e com a produção. Assim, resolveu refazer tudo do jeito dele. Para este projeto, arregimentou a banda Os Eremitas da Montanha, o que garantiu a coesão sonora. Quanto ao resultado, é uma questão de gosto. É impreciso afirmar que Lobão melhorou ou piorou hits como “Louras Geladas” (RPM), “O Tempo Não Para” (Cazuza), “Eu Não Matei Joana D’Arc” (Camisa de Vênus), entre outros. O cantor despe as canções dos cacoetes new wave de mais de 30 anos atrás e imprime a elas um tom nervoso e ardido. Já “Planeta Água”, de Guilherme Arantes, virou uma guarânia folk e “Virgem”, de Marina Lima, recebeu um tom épico. Lobão ganha pontos pela ousadia, pelo menos.
Fonte: Independente