Arctic Monkeys

Redação

Publicado em 06/06/2011, às 11h04 - Atualizado às 11h04
Divulgação
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Arctic Monkeys

Suck It and See

Domino/EMI

Grupo esbanja maturidade em quarto álbum, mas acaba pecando pela falta

Se dois anos fazem toda a diferença nos penteados de uma banda, quatro (ou seis) a transformam em definitivo – os Beatles que o digam. Comparações exageradas à parte, é chocante a metamorfose sofrida pelo Arctic Monkeys de 2005 para cá. Aquele grupo de moleques que batia histericamente para todos os lados e na velocidade da luz só existiu naquela estreia de título longo demais (o já clássico Whatever People Say I Am, That’s What I Am Not). Favourite Worst Nightmare (2007) denotou uma evolução natural de atitude e sonoridade. Humbug (2009) reforçava a intenção de fazer “melhor”, seja lá o que isso queira dizer. Meia década depois, o AM é assumidamente outra banda, e a música que produz também não é a mesma de antes. Suck It and See, por sua vez, é uma coleção de faixas desconectadas que gera uma curiosa contradição: mesmo esbanjando maturidade de composição, o quarteto parece se esforçar para não soar preciosista. O efeito desse desapego, porém, saiu pela culatra: certas músicas transparecem uma “preguiça” de se elaborar mais sobre os arranjos (“Brick by Brick” é uma boa ideia que aborrece, assim como “All My Own Stunts”). Felizmente, há algum espaço para aquele Monkeys melódico-moleque de antes, em baladas cheias de ginga como “Reckless Serenade” e “Black Treacle” e na belíssima “She’s Thunderstorms”. Mas não se engane: no que depender dos rapazes de Sheffield, 2005 ficou definitivamente no passado.

PABLO MIYAZAWA

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