Arrocha

Curumin

Pedro Henrique Araújo

Publicado em 15/06/2012, às 13h00 - Atualizado às 13h07
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Músico sai do estúdio e grava álbum em casa

O som de Arrocha, terceiro álbum do paulistano Luciano Nakata, o Curumin, precisa ser apreciado com calma, detectando as várias camadas sonoras. Produzido pelo músico em parceria com Lucas Martins e Zé Nigro, que juntos com Loco Sosa costumam acompanhá-lo nas apresentações ao vivo, o álbum tem uma sonoridade mais “suja” do que os anteriores, os aclamados Achados e Perdidos (2003) e Japan Pop Show (2007), e foi gravado na casa do artista. Sem a pressa, mas também sem a tecnologia dos estúdios, Curumin recorreu ao auxílio das bases eletrônicas na grande maioria das faixas e chamou, dentre outros, os amigos Céu, Gui Amabis, Marcelo Jeneci, e a esposa, Anelis Assumpção, com quem divide a autoria de “Paris Vila Matilde”. “Afoxoque”, o animado abre-alas, é a primeira e excelente parceria dele com Russo Passapusso, MC de Feira de Santana. A baianíssima “Vestido de Prata”, interpretada por Paulinho Boca de Cantor no disco Valeu, de 1981, ganhou visual contemporâneo. Mas as músicas que talvez definam melhor o som do novo trabalho de Curumin sejam “Selvage” e “Passarinho”, ambas com potencial para tocar nas rádios, mas preservando uma certa estranheza e uma “sujeirinha”. Há ainda espaço para homenagem a um ídolo corintiano na instrumental “Tupãzinho Guerreiro”. O processo de produção mostra ousadia e o resultado deixa claro que valeu a pena.

Fonte: Independente

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