Belas Cantantes

Carlos Eduardo Lima

Publicado em 13/09/2012, às 11h59 - Atualizado às 12h02
<b>BELEZA MELÓDICA</b> Rumer prioriza as canções orquestradas - divulgação
<b>BELEZA MELÓDICA</b> Rumer prioriza as canções orquestradas - divulgação

Nova safra de cantoras oferece um pouco de tudo

As moças a seguir formam um grupo heterogêneo de vozes, belezas e conceitos artísticos. A primeira na passarela é a inglesinha Jasmine van den Bogaerde, mais conhecida como Birdy. Do alto de seus 16 anos, Birdy domina o piano, exibindo criatividade na proposta de fazer covers etéreas de canções relativamente atuais, entre elas “1901”, do Phoenix, e “White Winter Hymnal”, do Fleet Foxes. Ela tem boa voz, charme adolescente não-dançante e potencial. A próxima é a belga Selah Sue. É a menos interessante deste grupo, apesar do visual de boneca gaulesa. Selah tem uma queda por aquele tipo de música que as pessoas chamam de soul music em 2012. Sua inspiração é o binómio Lily Allen/Amy Winehouse, mas a mocinha perde em carisma. Seu sucesso, “Raggamuffin”, é interessante, mas não empolga. Melhor passar para o exotismo da inglesa Lianne La Havas. Com um timbre que lembra Corinne Bailey Rae, mas com uma nota a mais de melancolia, Lianne é boa pro messa. Seu disco é bem produzido e traz uma das grandes canções deste ano: “No Room for Doubt”, um dueto com o norte-americano Willy Mason. A delicadeza dos arranjos e a emissão etérea obtida por La Havas são marcantes também em “Age”, “Lost & Found” e “Forget”, atestando que a moça também domina as canções mais para cima.

Já Kimbra tem uma beleza exótica que comprova que a moça vem de longe, mais precisamente da Nova Zelândia. De sua garganta saem pequenas maravilhas como “Cameo Lover”, cujo arranjo intercala clima dance com passagens que poderiam lembrar algo produzido por Phil Spector. As boas “Two Way Street” e “Good Intent” também acertam no alvo, mas o single “Settle Down” tem um potencial considerável para irritar. Kimbra precisa de equilíbrio, algo que sobra na anglo-paquistanesa Rumer. Tem-se a impressão de estarmos, no máximo, em 1974 e Rumer comanda sua impecável banda com arranjos que seguem a cartilha Burt Bacharach de gravação, ou seja, muitas cordas, muitos climas, músicos talentosos, tudo como manda o figurino. Este seu segundo disco traz covers de canções feitas apenas por compositores masculinos, com destaque para “P.F Sloan” (Jimmy Webb), “Sara Smile” (Hall & Oates), “Soulsville” (Isaac Hayes), “Be Nice to Me” (Todd Rundgren), entre outras belezas, mostrando que ela sabe o que está fazendo.

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