Britney Spears
Femme Fatale
Sony
As canções até que não são ruins, mas cantora abusa do famigerado Auto-Tune
Apesar de convites irrecusáveis à pista de dança e às diferentes formas de amar, Femme Fatale mostra que a quase trintona Britney Spears já não é mais o epítome da adolescência. “Till The World Ends” situa a experiência para o ouvinte com sintetizadores e Auto-Tune e entrega facilmente que Ke$ha está por trás do hit. O carro-chefe “Hold It Against Me” não fica atrás, com seu vocal estridente e batidinhas dubstep, passeando entre o pop e o house. “I Wanna Go” tem resquícios de Bob Sinclair pelos assovios, mas ganha autenticidade pela vocação às pistas euro-disco. “(Drop Dead) Beautiful”, com a cantora Sabi, mostra Britney mais solta, brincando com seu vocal em uma celebração à beleza estereotipada. Com ironia desde o título, “Big Fat Bass” abre alas ao onipresente Will.i.am, do Black Eyed Peas. Como é característica aos trabalhos do BEP e da própria Britney, a música salta com sua batida pegajosa e refrão repetitivo. Femme Fatalle tem sonoridade coesa e letras maduras – menos comportadas e vez ou outra usando algum palavrão –, mas o título faz lembrar que a maior fatalidade é o excesso de Auto-Tune. Sai imune “Criminal”, com a voz suave da cantora sem o auxílio do liquidificador sonoro, em um conto de fadas moderno de dar inveja a Bonnie e Clyde.
ANDRÉ ALOI