Charlotte Gainsbourg
IRM
Warner
Nova empreitada musical da atriz do polêmico Anticristo tem qualidades
Nem sempre é fácil para Charlotte Gainsbourg provar que sua carreira como cantora é pra valer. Comparações sempre surgem, já que ela é filha de Serge Gainsbourg, um dos ícones da música francesa, e sua mãe, Jane Birkin, também se sai bem no campo musical. IRM, seu terceiro trabalho, mescla pop e música eletrônica em 14 canções carregadas de melancolia. Produzido em parceria com o norte-americano Beck, o trabalho usa a voz frágil da cantora para criar arranjos distantes do convencional. “Vanities” arrisca ao passear pelo eruditismo: violinos dão vida a uma canção introspectiva e com alta carga emocional. Em “Heaven Can Wait”, a influência de Beck, que também divide os vocais, se torna evidente. “Tricky Pony” destoa um pouco e é construída a partir de guitarras pesadas. A perturbadora e ambígua “Looking Glass Blues” fecha o disco com seu ar dançante. No final da audição, IRM mostra que Charlotte é capaz de se sustentar também no panorama musical.
Murilo Basso