Gerson King Combo
Soul da Paz
Roots Home Studio
Soulman que colocou todo mundo para dançar nos anos 70 segue cada vez mais cultuado
Gerson foi um dos precursores da maravilhosa cena black brasileira, entre nomes como Tim Maia, Cassiano, Banda Black Rio e Tony Bizarro. Irmão do Getúlio Côrtes de “Negro Gato” (Roberto Carlos), dançarino no programa Jovem Guarda, com passagens pelos grupos de Simonal e Erlon Chaves, ele se encantou com o suingue, a dança e o figurino de James Brown. Reza a lenda que era o escolhido para cantar a inesquecível “BR3” – a composição que lançou a black music no Brasil, no Festival Internacional da Canção de 1970 –, mas acabou atropelado por Tony Tornado, porque não tinha telefone em sua casa de Madureira, no Rio. Com dois bons álbuns em 77 e 78, Gerson emplacou hits com cara de black power como “Mandamentos Black”. Redescoberto pela galera do hip-hop, ele se mantém em boa forma aos 65 anos, mandando seus gritos característicos em faixas movidas a metais, clavinetes e cozinha fervente, como a autoexplicativa “Estou Voltando” e as politicamente corretas “Desce Daí” (“deixe essa marra pra lá, compadre/ porque senão pode esperar/ sua hora vai chegar, malandragem”) e “Pega”. E ainda tem seu lado Barry White em “Voltei a Ser Feliz”.
POR ALEX ANTUNES