Juçara Marçal
Cantora grava o primeiro disco aos 52 anos com repertório perturbador
No surpreendente Encarnado, as letras falam sobre morte, violência e vingança. A voz de Juçara Marçal não esconde falhas e libera gritos, suspiros e ruídos. O instrumental é baseado nos agudos perturbadores das guitarras de Kiko Dinucci e Rodrigo Campos, que experimentam uma tensão constante de riffs e distorções. A estreia solo de Juçara, aos 52, não facilita para o ouvinte e sua voz se mistura à polifonia instrumental interpretando canções de Tom Zé, Itamar Assumpção, Siba, Romulo Fróes, Dinucci e Campos. Na estrada há mais de 20 anos, ela integra o trio Metá Metá, o grupo vocal feminino Vésper e foi também cantora do A Barca – acumulando oito discos com os projetos. Encarnado, no entanto, é o grito definitivo, alto e claro, um rugido que estremece o uníssono de vozes cristalinas e desafina o coro dos contentes.
Fonte: Independente