Esperanza Spalding
Chamber Music Society
Universal
Cantora e contrabaixista une os mundos do jazz, da música erudita e até da MPB
Antes de se voltar para o contrabaixo, esperanza Spalding se dedicou ao violino como quem vislumbrasse nele o instrumento de sua vida. Dona de formação clássica, aos 15 anos ela foi a primeira violinista de uma orquestra do Oregon, seu estado natal. Assim, depois de Junjo (2006), seu disco de estreia, e Esperanza (2008), que a projetou para o mundo, é quase um passo natural o recém-lançado Chamber Music Society. Escoltada por um baterista, um pianista, um percussionista e um trio de cordas, Esperanza faz uma leitura muito pessoal, moderna – sem soar modernosa – da música de câmara. Como em seus dois primeiros álbuns, o jazz ainda está no horizonte que norteia Esperanza. Mas agora, aos 26 anos, ela se mostra amadurecida para além do rótulo de garota-prodígio do gênero, como se nota na faixa de abertura, a pungente “Little Fly”, em que ela musicou um poema de William Blake. Indo da delicadeza à intensidade, “Knowledge of Good and Evil” é outro bom momento. A bela “Apple Blossom” conta com luxuosa colaboração de Milton Nascimento, e o Brasil se faz de novo presente em uma esperta versão de “Inútil Paisagem” – com direito a Esperanza cantando em português.
RAFAEL TEIXEIRA