Iron Maiden
The Final Frontier
EMI
Sexteto dá uma mudada e flerta com metal progressivo
Após a turnê que celebrou os 25 anos de Powerslave, o Iron Maiden resolveu fazer algo inusitado e até mesmo pretensioso. Essa é a atmosfera de The Final Frontier, CD que, apesar de conter o DNA da “donzela de ferro”, traz algumas “viagens” que jamais a banda arriscara antes. O álbum tem músicas longas e repletas de arranjos virtuosos que flertam com o metal progressivo. Para que se tenha ideia, das dez canções do repertório, apenas uma tem menos de cinco minutos, “The Alchemist”. O disco é aberto por “Satellite 15... The Final Frontier”, cuja extensa introdução é, certamente, a passagem mais distinta de todas as incursões do Iron. A diferença está na cozinha percussiva do baixista Steve Harris e do baterista Nicko McBrain, pesada, cheia, encorpada em todas as faixas, o que valoriza os solos e os duetos de guitarra da trinca formada por Janick Gers, Adrian Smith e Dave Murray. Afora esses elementos, o álbum tem vários “climas”, que, em breves instantes, lembram Seventh Son of a Seventh Son. Do ponto de vista autoral, “The Talisman” e “When the Wild Wind Blows” são os grandes acertos. The Final Frontier é um CD complexo, que precisará de algumas audições para ser assimilado.
Carlos Mesquita