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Gigante Gentil

Erasmo Carlos

PAULO CAVALCA NTI Publicado em 09/04/2014, às 06h44 - Atualizado às 06h50

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Em álbum de sonoridade tranquila, Tremendão encerra trilogia e segue romântico e certeiro

Com Gigante Gentil, Erasmo Carlos assume que fecha um ciclo que incluiu Rock ‘n’ Roll (2009) e Sexo (2011). O Tremendão ainda é uma figura romântica – mas nada de ser meloso ou autoindulgente. Louvar a mulher e a preocupação com a humanidade são os fatores que contam. A gentileza do título se faz presente na sonoridade do álbum. E é bom avisar: “Gigante Gentil”, que abre o trabalho, é um rock em que as guitarras predominam. Nela, Erasmo faz o tipo que não leva desaforo para casa. “Oferecer a face/ nem pensar”, canta. Mas na sequência, ele suaviza: “Mesmo hostil/ Qualquer gigante pode ser gentil”. Logo depois, o clima de soft pop impera, as guitarras perdem o ataque e o que conta mais é a atmosfera engendrada pelo produtor Kassin. “50 Tons de Cor” vem a seguir, e ao decalcar a sonoridade da música black romântica da década de 1970, torna-se candidata a ser uma das melhores do disco. Outras bolas dentro são a country “Colapso”, que fala sobre a nossa dependência da tecnologia; “Coisa por Coisa”, que abusa do clima de cabaré; e “Sentimentos Complicados”, a primeira parceria de Erasmo com Caetano Veloso, valorizada pelos teclados de Marcelo Jeneci. O rock retorna em “Teoria do Óbvio”, enquanto “Amor na Rede”, parceria com Nelson Motta, não funciona ao usar jargões do Facebook. Gigante Gentil fecha com uma regravação sem pegada de “Além do Horizonte”. Mesmo com alguns poucos tropeços, este é mais um bom cartão de visitas de um pioneiro do rock que felizmente não sossega.

Fonte: Coqueiro Verde