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Gilberto Gil

Redação Publicado em 04/02/2010, às 13h41 - Atualizado às 13h41

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ECONOMIA - Gil e filhos não precisaram muito para fazer um belo disco - JOAO WAINER/ DIVULGAÇÃO
ECONOMIA - Gil e filhos não precisaram muito para fazer um belo disco - JOAO WAINER/ DIVULGAÇÃO

Gilberto Gil

BandaDois

Geléia Geral/Warner Music

Acordes Bem-Acabados

Ao lado dos filhos, Gil azeita fórmula rítmica

Máquina de ritmo azeitada pela extrema musicalidade do dono, o violão de Gilberto Gil volta a dominar a cena em registro ao vivo de show acústico que se irmana com o pioneiro Unplugged (1994) e com GILuminoso (1999) pelo caráter íntimo. Produzido por Liminha, que pilotou nos anos 80 os discos da irregular fase pop do artista, Gil se revela hábil na refazenda da própria obra ao violão, enfrentando os efeitos do tempo rei, já perceptíveis na voz eventualmente fanhosa. É com a autoridade de patriarca que recebe os filhos Bem Gil (o segundo violão que justifica o título BandaDois) e José (baixo no set de contornos afros que agrega “Refavela” e “Babá Alapalá”), o cantor e compositor revê questões transcendentais e filosóficas embutidas em temas como “Esotérico”, “A Linha e o Linho” e “Super-Homem – a Canção”. Há certa profundidade e alguma melancolia (“Saudade da Bahia”, “Lamento Sertanejo”) no roteiro que evoca a presença mítica de Elis Regina (1945–1982) através de sua filha Maria Rita, sóbria e segura no samba “Amor até o Fim”, registrado pela Pimentinha em 1966. Mesmo sem esperar por Gil, o tempo lhe faz bem.

Mauro Ferreira