Goldfrapp
Head First
EMI/Mute
Dupla inglesa se aprofunda no pop meloso com cara de 30 anos atrás
Depois de dar uma bela definição à folktrônica na pequena incursão bucólica de The Seventh Tree, lançado em 2008, o duo Goldfrapp atola no pop do início dos anos 80. É fácil imaginar cabeleiras armadas, polainas e ombreiras quando se ouve “Rocket” ou “Believer”, com seus synths analógicos. Depois da terceira música, porém, a visão passa a beirar o insuportável. “Dreaming” parece trilha sonora de pornô softcore de algum canal de TV perdido na madrugada enquanto que “Hunt” se encaixa perfeitamente num programa de auditório italiano, se arrastando no europop. O alívio só chega em “Voicething”. A sublime e derradeira faixa de Head First redime a dupla de sua atual obsessão pelo pop viscoso. Desta vez, o Goldfrapp pulou de cabeça numa piscina bem rasa.
José Julio Espirito Santo