Guelã
Maria Gadú
Antônio do Amaral
Publicado em 17/06/2015, às 12h13 - Atualizado às 12h29GUELÃ, terceiro disco solo de Maria Gadú, é um trabalho de climas delicados, com elementos de experimentalismo, em que a guitarra se destaca. “Suspiro”, faixa de abertura, apresenta uma longa e viajante introdução instrumental que serve para Gadú destacar o lema de seu novo projeto. Música de trabalho, “obloco” é um quase samba-blues com marcação cerrada da guitarra suingada. Gadú deixa de lado o tributo recorrente à MPB clássica e agora se aproxima mais da world music. E parece também preocupada em passar mensagens, dando importância ao que está dizendo e escrevendo – não à toa, os títulos das músicas são grafados com letras minúsculas. A prova de que este é um disco que busca a maturidade está na opção por registrar “Trovoa” (Maurício Pereira). A longa letra discursiva, que descreve situações da busca por amor e o lirismo que há no cinza de São Paulo, dá a Gadú a oportunidade de cantar e declamar com densidade.
Fonte: Slap/Som Livre