Guizado
Calavera
Punx Records/Trama
Fontes nada óbvias nutrem a inspiração do grupo em seu segundo trabalho
Sem a carga de Free Jazz com bases programadas de Punx, o álbum de estréia do quarteto, Calavera passeia leve em tempo e espaço. “Amplidão”, a faixa de abertura, é psicodélica e vem com letras citando céu e estrelas. Os mesmos ecos de space rock emanam em “Skate Phaser“, que traz a participação da cantora Céu. Em meio a blips e clicks dançantes d e “Girando”, é Karina Buhr quem divide os vocais. Alimentada pelo trompete, a instrumental “Vendaval” é uma alusão quase explícita a Ennio Morricone, enquanto que a calma “Rolê Beleza” não esconde influências do som da península Baja California. As inusitadas conexões sonoras têm seu ápice em “A Emanação dos Sonhos”, que parece aterrissar num terreiro nordestino cheio de ciganos do Leste Europeu. Com bases mais melódicas e o trompete falando mais alto, o Guizado conseguiu o difícil feito de se superar após o excelente primeiro disco.
José Julio do Espírito Santo