Hot Chip
One Life Stand
EMI
Ingleses falham na tentativa de demonstrar maturidade musical
Deveria existir alguma convenção internacional proibindo bandas reconhecidas por sua festividade e capacidade de animar o nosso espírito de se tornarem sérias. Assim, talvez ficássemos imunes a tropeços como o cometido pelos ingleses do Hot Chip em seu quarto disco. O primeiro single liberado com antecedência, e que dá nome ao disco, era animador: as batidas sincopadas, os sintetizadores sempre bem encaixados e o refrão climático davam amostras de que o álbum seria arrasador. É, seria. Com exceção de “Thieves in the Midnight”, “Hand Me Down Your Love” e “We Have Love”, tudo não passa de uma tentativa equivocada de mostrar maturidade musical que redunda numa sucessão de equívocos – com faixas arrastadas e introduções tediosas. O clímax disso acontece em “Slush”, em que Alexis Taylor canta sobre um mantra insuportável que não cairia bem nem nas extravagâncias fonéticas de Lady Gaga. A tal convenção deveria ainda punir os infratores com a mudança imediata de nome ou aposentadoria compulsória – se isso não acontecer com o Hot Chip.
Leonardo Dias Pereira