Kings of Leon
Come Around Sundown
Sony
Hoje, já com o status de supergrupo, os ra- pazes tentam encon- trar um meio-termo sonoro. O fato é que essa procura parece ter perturbado a inspiração da banda pre- ferida pelos pombos norte-americanos e o resultado final beira a decepção. “The End”, que ironicamente abre o disco, soa como sobra de seu último trabalho. “Radioactive” recicla a fór- mula manjada e consagrada pelo quar- teto, mas mesmo assim passa muito longe de um hit em potencial. “Mary” é country music disfarçada de rock indie. Já “The Face” e “Beach Side” são meras obviedades bem disfarçadas, enquanto “The Immortalls” é o melhor sonífero já inventado pelo ser humano. O disco só não é totalmente descartável porque “No Money” e “Back Down South” aparecem para trazer alguma dignidade. Come Around Sundown mostra que é impossível para o quarteto – e, claro, para qualquer um – tentar ser ao mesmo tempo Garth Brooks, Pixies e U2. E só aumenta a distância de tudo que ajudou a fazer o Kings of Leon famoso.
POR MURILO BASSO