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Iggy Pop

Redação Publicado em 09/06/2009, às 19h28 - Atualizado em 11/06/2009, às 15h52

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Iggy Pop - Préliminaires
Iggy Pop - Préliminaires

Iggy Pop

Préliminaires

EMI

O Iguana larga o caos do punk e se envereda pela “música séria”

Há alguns meses, os boateiros anunciavam que Iggy Pop iria lançar um disco de jazz – ou seria de bossa nova? Parecia algum tipo de trote, mas o tal “disco de jazz” de Iggy finalmente se materializou e não é exatamente isso. Bem, também não tem nada da crueza punk que tem sido o sustentáculo de Iggy nestes seus 40 anos de carreira. Préliminaires foi concebido depois de Iggy ter lido A Possibilidade de Uma Ilha, do francês Michel Houellebecq. Musicalmente é um dos artefatos mais variados que Iggy já produziu, com um elemento de jazz aqui e ali, uma balada acústica lúgubre acolá, um pouquinho de música eletrônica... O tal toque bossa nova aparece com uma versão para “Insensatez”, de Tom Jobim, mas o arranjo de parquinho de diversão é tão bizarro que não dá para levar a sério. A sensibilidade francesa permeia o disco e Iggy até resgatou a célebre “Les Feuilles Mortes”. Já “King of the Dogs”, com seu jeitão dixieland, é uma das mais legais do disco. Bem, quem acha que Iggy Pop tem condições de encarnar a persona de bebum, boêmio ou outsider à la Tom Waits ou Johnny Cash até vai encontrar méritos aqui.

PAULO CAVALCANTI