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Kitsch Pop Cult

Felipe Cordeiro

José Flávio Júnior Publicado em 09/03/2012, às 12h28 - Atualizado às 12h31

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Talento da música do Pará se revela ao resto do Brasil

Produzido por André Abujamra, o segundo álbum de Felipe Cordeiro é um panorama do que está rolando na diversificada cena de Belém. A favor do cantor e compositor de 28 anos está o fato de ele circular bem por todos os gêneros e subgêneros paraenses. Se em “Conversa Fora” ele se aproxima do tecnobrega, explorando uma letra minimalista e sons eletrônicos típicos das festas de aparelhagem, em “Fogo da Morena” ele volta 40 anos na história e manda um carimbó assanhado que não faria feio no repertório de Alípio Martins. Já em “Fanzine Kitsch”, com versos indicando um diálogo entre um enxerido e uma menina que lê Nietzsche em um sebo, a referência explícita é à Blitz, banda carioca que popularizou a new wave no Brasil. Em oposição a esse flerte com o rock, “Embaraço” e “Historinha” entregam o passado do artista. Antes de Kitsch Pop Cult, Cordeiro era uma das esperanças da careta MPP, a música popular paraense, que tem pouca expressão fora do estado. É bastante salutar que ele tenha dado um passo adiante sem renegar por completo a canção mais tradicional. Mas também é inegável que Cordeiro se dá melhor quando mexe com tendências mais periféricas, caso da guitarrada (“Fim de Festa”) e da lambada (“Lambada com Farinha”), ou quando simplesmente tira um sarro, como em “Legal e Ilegal”, que relaciona ritmos musicais com suas drogas correspondentes – samba com aguardente, reggae com “erva do amor”, rock com “caspa do diabo” etc.

Fonte: Na Music