Little Broken Hearts

Norah Jones

Carlos Eduardo Lima

Publicado em 14/05/2012, às 13h23 - Atualizado às 13h26
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Cantora se une a Danger Mouse para nova reinvenção

Norah Jones completa em 2012 o seu décimo ano de carreira. Lá se vão quatro álbuns solo mais dois com sua banda de amigos, Little Willies, e uma coletânea de duetos e participações em discos de gente tão diferente como Foo Fighters, Willie Nelson e Herbie Hancock, entre outros. Ela também participou de Rome, disco do produtor Danger Mouse, que buscava decalcar a sonoridade de filmes italianos dos anos 60, junto com Jack White e músicos que tocaram com Ennio Morricone. Não é de estranhar, portanto, que Norah tenha absorvido influências diversas ao longo desse tempo, transformando seu jazz-country inicial em algo muito mais amplo e interessante. Nesse sentido, Little Broken Hearts amplia o conceito do anterior, The Fall (2009), no qual Norah deu uma guinada pop rock, mas este novo trabalho não se vale de uma salada musical para ter seu charme. Todas as canções têm um clima tristonho e contemplativo, algo meio suspenso em algum lugar enevoado da década de 1970, entre o campo e a cidade. Não é uma mera odisseia de timbres revisionistas o que Danger Mouse propõe na pilotagem de estúdio.

A ideia é prover Norah de uma melancolia vintage e deixá-la explorar isso ao máximo. Há momentos alegres como em “Out on the Road” e no primeiro single, “Happy Pills”, ambas cheias de estilo e ironia herdada de girl groups dos anos 60. O tristonho cello que pontua “Travelin’ On” e as guitarras e teclados de caixa de música da faixa de abertura, “Good Morning” e “Miriam”, uma pungente balada de beira de estrada, mostram que há mais profundidade no coração de Norah, que ela está a fim de tornar-se uma bela, discreta e competente popstar, de um jeito que não se vê há umas três décadas. Não lhe faltam ambição e tino, só nos restando aguardar.

Fonte: EMI

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