Little Joy
Little Joy
Rough Trade
O que acontece quando um ex-Los Hermanos se junta a um dos Strokes?
Um dos grandes trunfos do álbum de estréia do Little Joy é a imprevisibilidade. Boa parte dos fãs esperava que – enquanto o Los Hermanos está em recesso – Rodrigo Amarante se enfiasse de cabeça em algum projeto solo. E, depois de entrar para o entourage de Devendra Banhart, ele forma outra banda. Com um integrante dos Strokes, o baterista Fabrizio Moretti (que aqui também canta e assume outros instrumentos), e cantando grande parte das músicas em inglês. O trio é completado por Binki Shapiro, a única não-famosa (e não-brasileira!) – mas que traz um contraste interessante às vozes dos rapazes. "Unattainable" e "Don’t Watch Me Dancing", cantadas por ela, transbordam sinceridade e carinho nos cerca de dois minutos de cada canção. A duração das faixas é outra vantagem da banda – apenas três das 11 têm mais de três minutos. É aí que o nome Little Joy faz sentido (mesmo sendo inspirado no bar que os músicos freqüentavam, em Los Angeles). Para deixar tudo ainda mais redondo, canções como "Brand New Start" e "How to Hang a Warhol" se aproveitam muito bem da produção de Noah Georgeson, que aqui consegue soar como uma versão low-fi (e menos maluca) de Phil Spector.
Paulo Terron