Placebo
Battle for the Sun
EMI
Com nova formação, trio britânico liderado por Brian Molko quer fugir das fórmulas e limitações
O título do disco anuncia o destino da banda. isso não significa que o Placebo tenha chegado lá – eles querem algo mais. Seu sexto álbum de estúdio já não conta com Steve Hewitt, baterista que saiu da banda pela segunda vez e foi substituído pelo norte-americano Steve Forrest. Mais do que no ritmo, sua saída é refletida em temas do novo trabalho: rancor e superação. É difícil não relacionar a conturbada relação entre ele e Brian Molko a faixas como “Devil in the Details” ou à que dá nome ao disco. Outra mudança é uma valorização na parte instrumental da maioria das músicas. Em “Kings of Medicine”, a banda se aproxima mais do britpop com um arranjo orquestral, e em “For What It’s Worth”, primeiro single saído do álbum, dá para ouvir um piano de brinquedo ao fundo, junto a trompetes. Estes também estão presentes em “The Never-Ending Why”, mesmo que apenas como firula do som característico do Placebo – entre o glam rock e o punk, simples mas poderoso, com uma temática quase monotônica, girando em torno de relações conflituosas, sexo e drogas. “Bright Lights”, uma das melhores de Battle for the Sun, é a síntese do modus vivendi dessa banda que, mesmo soturna, almeja um lugar ainda melhor ao sol.
POR JOSÉ JULIO DO ESPIRITO SANTO