Jay Z
Em CD produzido com esmero, rapper milionário boceja diante da fama e fortuna
Jay Z é mais rico do que Deus e provavelmente tão famoso quanto Ele. Magna Carta... Holy Grail já é disco de platina. Mas ele tem algo para reclamar da vida? Parece que sim. “Foda-se a fama”, ele cospe em “Holy Grail”, faixa que abre o álbum, em que xinga os paparazzi enxeridos, ridiculariza os fãs volúveis e cita Kurt Cobain – nessa, até convocou o amigo Justin Timberlake para ajudar em um trecho de “Smells Like Teen Spirit”, que surge no meio da faixa. Mas em “Picasso Baby”, a canção seguinte, o rapper celebra o estrelato, falando da coleção de arte que possui, que inclui trabalhos de Basquiat, Andy Warhol e outros. A produção, a cargo de Timbaland, é tão cara e luxuosa quanto os quadros que Jay Z tem na pare- de. Mas parece que o astro é vítima de sua notável longevidade e sucesso. Assim, ele tenta se convencer (e também ao público) que ainda tem interesse em seguir fazendo música. A grande decepção é que ele não se mostra assim tão persuasivo. Pelo me- nos, até parece envolvido em “Jay-Z Blue”, onde escancara um profundo temor com o aspecto da paternidade. É um momento poderoso, em que Jay Z mostra do que é capaz quando realmente se importa com o material.