Feist
Sem hits nem cores, novo disco da canadense é envolto em atmosfera fria
Nem o mar safira da região de Big Sur, onde Feist se isolou para compor, conseguiu colorir Metals, um disco cinza, desiludido, sem hits. A corrente fria que banha o álbum condensa as poucas massas de ar quente (“Cicadas and Gulls”) e envolve as músicas em névoa. Resultado de uma união de veias geladas: a canadense Feist e o coprodutor islandês Valgeir Sigurðsson (que aparece em trabalhos de Björk). A cantora está desconfortada (“Comfort Me”), sozinha (“How Come You Never Go There”) e desenganada (“The Bad in Each Other”). A saída é chamar mortos-vivos de volta à vida (“Graveyard”), mas quem surge é o pianista Brian LeBarton trazendo a luz no horizonte que Feist procura (como canta em “The Circle Married the Line”). As batidas secas e os violinos parecem levá-la para uma floresta de sequoias toldadas em nevoeiro, mas ainda há frestas por onde se aproxima algum calor de suas melodias, voltadas ao blues e ao soul. Metals é frio, mas nada que a voz inoxidável de Feist não possa aquecer.
Fonte: Universal