Nevermind Deluxe Edition
Nirvana
PABLO MIYAZAWA
Publicado em 08/11/2011, às 11h02 - Atualizado às 11h08Edição dupla e DVD celebram o disco que mudou tudo
Nevermind, quem diria, completou 20 anos. é o suficiente para qualquer balzaquiano sentir o
peso da idade – principalmente aqueles que vivenciaram o impacto causado por aquele disco de capa azul com bem gravados 50 minutos de abstrações melodiosas. Em 1991, o mundo pop era diferente – paradas de sucesso importavam muito (Michael Jackson e Bryan Adams estavam no topo), rock ainda era coisa de homens maquiados e constrangedoras fagulhas dos anos 80 insistiam em se manter acesas. Sem pretensão de combater o status quo – pelo menos não assumidamente –, o Nirvana cometeu o produto que alterou essas estruturas. Mais importante disco das últimas duas décadas? Sem dúvida.
Icônico da embalagem ao miolo – da foto do bebê nu à irretocável ordem das faixas (qual disco não gostaria de abrir com “Smells Like Teen Spirit”?) –, escutá-lo hoje não é só exercício de nostalgia, porque, como toda obra-prima, Nevermind sobrevive bem sem soar anacrônico ou inadequado (a produção polida demais de Butch Vig talvez colabore para manter esse estado de conservação). A edição comemorativa lançada no Brasil traz dois discos – o álbum em si (mais o bônus “Endless Nameless”, limado da versão nacional da época), além de lados B, faixas ao vivo e demos, totalizando 40 faixas. Ao mesmo tempo, chega ao mercado o não menos necessário DVD Live at the Paramount, que retrata o momento em que o Nirvana deixava de ser um trio de nome esquisito para ser arrebatado como a grande salvação de tudo e de todos. E então o mundo mudou – felizmente, para melhor.
Fonte: Universal Music