Charli XCX
Mesmo ainda pop, cantora vasculha o lado experimental em mixtape
A cantora britânica Charli XCX, que em junho se apresentará no Brasil, começou a carreira com uma pegada pop. Após a estreia, True Romance (2013), ela reinventou a new wave dos anos 1980 sob o viés da EDM em Sucker (2014). Mais tarde, Charli pegou um desvio pela rota da vanguarda. No EP Vroom Vroom e no single “After the Afterparty”, ambos de 2016, ela já dava sinais de mudança. Agora, nesta terceira mixtape – as outras foram Heartbreaks and Earthquakes e Super Ultra, ambas de 2012 –, Charli se associa a produtores do selo londrino PC Music – incluindo Danny L Harle, A.G. Cook e Sophie –, cujo simulacro de pop music mais parece piada sobre consumismo. Em Number 1 Angel, as batidas não são abrasivas e os vocais de Charli, apesar de distorcidos de uma forma desorientadora, não soam incongruentes. O som mudou, mas os temas seguem básicos: são canções falando sobre carros e sexo, com uma ansiedade nas letras que dá um ar nostálgico às faixas. Nesta mistura de ruídos gélidos e letras quentes, estes petardos sexuais de Charli avançam como se fizessem parte de um reboot musical sacana de Blade Runner – O Caçador de Androides.
Fonte: Warner