O Terno
66, considerado o primeiro disco d’O Terno, não conta: apenas metade das músicas era de autoria do trio. O Terno, o disco, pode ser tomado como a verdadeira estreia. Nele, os músicos mostram consistência, com 12 canções atordoantes que trazem um gostinho vintage, em meio a teclados, órgãos e timbres de décadas passadas, e uma linguagem que une humor e acidez. Há desamores em “Bote ao Contrário” e “Ai, Ai, Como Eu Me Iludo”, mas eles não caem na pieguice. O olhar severo sobre a sociedade e o cotidiano é surpreendente. Nesse quesito, enquanto as longas “Quando Estamos Todos Dormindo” e “Desaparecido” são leves pancadas que precisam de repetição para surtir o efeito, “Brazil” e “Vanguarda” são capazes de levar a nocaute na primeira audição.
Fonte: Tratore/Risco