Surfer Blood
Segundo álbum do grupo novato traz melancolia e bons ganchos pop
Relativamente inexperiente (só quatro anos de estrada), a banda da Flórida aproveitou tudo o que podia da chance de gravar com Gil Norton, produtor britânico que afinou a sonoridade do Pixies em três discos (e também produziu o Foo Fighters). O resultado é que o Surfer Blood não poderia soar mais “pixieano” do que em Phyton. Há vestígios da influência do mítico quarteto de Boston nas dez faixas – nas bases de acordes etéreas e melódicas, nas guitarras secundárias reverberantes e, no que é a novidade da vez, nos ocasionais berros guturais de J.P. Pitts, que emula o estilo único de Frank Black em momentos emblemáticos (as grudentas “Weird Shapes” e “Demon Dance” valem o disco). Liricamente, é como se ele passasse o álbum todo pedindo perdão: “Eu estava errado!”, confessa em “I Was Wrong”, como se as desculpas doloridas lhe fossem arrancadas do fundo da alma. Neste caso, a arte imita a vida: em 2012, o vocalista foi acusado de violência doméstica contra uma ex-namorada. O caso foi arquivado, mas o estigma negativo ficou. Por mais que Pitts tente ignorar o passado através do rock ensolarado, há uma melancólica nuvem nublada que insiste em acompanhá-lo.
Fonte: Warner