Planta
CSS
Paulo Terron
Publicado em 10/07/2013, às 11h46 - Atualizado às 11h47Sem hits óbvios, quarto disco do agora quarteto parece ter carência de orientação
O longo caminho do CSS não veio sem tropeços. E o maior deles, a saída do fundador e principal compositor, Adriano Cintra, é sombra pairando sobre Planta, o quarto disco do grupo brasileiro que ganhou o mercado externo. A produção – pendendo mais para a eletrônica do que para o rock básico, característica reforçada em partes dos trabalhos anteriores, La Liberación (2011) e Donkey (2008) – ficou a cargo de Dave Sitek (TV on the Radio). A exceção é “Dynamite”, que, em menos de três minutos, até tem energia – mas nada que se aproxime da naturalidade quase punk de músicas antigas como “La Liberación” ou “This Month, Day 10”. Se antes o lado experimental e divertido do CSS acabava bizarramente soando pop, aqui isso se perdeu quase que completamente. Mesmo faixas mais melódicas como “Hangover” (escrita em parceria com Tim Armstrong, do Rancid), “Too Hot” e “Into the Sun” acabam soando como versões demo, inacabadas, ainda esperando por um processo de elaboração que nunca veio. O que não ajuda em faixas que já não eram boas o suficiente, como “Teenage Tiger” e seu constrangedor refrão “rowdy, rowdy, woo oo oo – grrrrrrrrrr”. Ou “Frankie Goes to North Hollywood”, música que não representa muito mais do que um trocadilho bobo no título. O potencial parece continuar nas entranhas do agora quarteto, mas a transição entre interior e exterior não veio, pelo menos desta vez.
Fonte: Lab 344