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Raiva Contida

Redação Publicado em 07/10/2009, às 14h32 - Atualizado às 14h33

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Pearl Jam - Backspacer
Pearl Jam - Backspacer

Pearl Jam

Backspacer

Universal

Cada vez mais madura, banda liderada por Eddie Vedder busca o equilíbrio em seu som e temas

Depois de quase 20 anos, já ficou claro que a raiva é algo essencial para impulsionar o Pearl Jam. Esse sentimento já veio da fama excessiva, das desilusões amorosas, da morte de amigos e, nos últimos anos, da política norte-americana. Backspacer é resultado da ausência de raiva (ou pelo menos da alta intensidade dela). Isso não quer dizer, de forma alguma, que o nono disco de estúdio do grupo seja lento. Eddie Vedder grita como se estivesse em 1991, um contraste em relação à contenção vocal do artista nos últimos anos – o que já é escancarado nas faixas de abertura, “Gonna See My Friend” e “Got Some”, ou em “Supersonic”, mais à frente. As três soam pueris – certamente uma vantagem, já que o U2 e o Coldplay já provêm o mundo com músicas intensas e densas. A primeira faixa de trabalho, “The Fixer”, deixa clara a intenção da banda em revitalizar sua sonoridade: as guitarras podem até soar pasteurizadas, genéricas, mas o arranjo vocal e os teclados soam ousados para uma banda tão tradicionalmente roqueira. Os admiradores da delicada fase solo de Vedder podem pular direto para as “irmãs” “Just Breathe” e “The End”, românticas e com arranjos de cordas, ou para “Amongst the Waves”, uma narrativa sobre evolução pessoal, que poderia facilmente ter entrado em Yield (1998). Backspacer é um álbum instável, e sua vantagem está em conseguir se equilibrar entre esses vários momentos. Mais uma prova de que o grupo não quer só continuar, mas também evoluir.

POR PAULO TERRON