Rita Lee
No dia 31 de dezembro, rita Lee completará 68 anos. Hoje, a rainha do rock nacional está semiaposentada – ela se apresenta pouco ao vivo e se ocupa em escrever uma aguardada autobiografia. Há cerca de meio século, porém, a adolescente Rita Lee Jones era uma serelepe cantora em bandas adolescentes de rock na Pompeia, bairro da zona oeste de São Paulo. Ela não demorou a se consagrar nos Mutantes, mas acabou saindo em 1972, por desinteresse em relação ao curso pelo rock progressivo que eles pretendiam seguir e pelo desgaste de seu casamento com Arnaldo Baptista. Rita riu por último e se tornou uma das maiores estrelas pop do Brasil. Mesmo com todo o sucesso que obteve, a obra dela ainda é subestimada. A caixa Rita Lee, com 21 CDs, compila quase que a totalidade da carreira solo da artista e serve para tornar visível novamente o marcante corpo de obra que produziu. Em trabalhos de grande diversidade, ela se mostra romântica, farrista, anárquica, ativista, feminina e feminista. A estreia, Build Up (1970), que foi lançada enquanto ela ainda estava nos Mutantes, e Hoje É o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida (1972), com a banda titular a acompanhando, possuem méritos, mas causaram pouco impacto comercial. As coisas mudaram quando Rita conheceu a banda Tutti Frutti e com eles gravou Atrás do Porto Tem uma Cidade (1974), Fruto Proibido (1975), Entradas e Bandeiras (1976) e Babilônia (1978). Estes são trabalhos mais roqueiros, comerciais e acessíveis, com uma Rita bem-humorada e em plena forma vocal. Depois da separação do Tutti Frutti, entrou em cena Roberto de Carvalho, novo colaborador e em breve marido, que a levou para um universo desbragadamente pop. A nova fase começou com Rita Lee (1979), LP de sucesso fenomenal com os hits “Mania de Você”, “Chega Mais” e “Doce Vampiro”. A união Rita-Roberto foi a cara dos anos 1980, e os álbuns Rita Lee (1980, com “Lança Perfume” e “Baila Comigo”), Saúde (1981), Rita Lee e Roberto de Carvalho (1982), Bom Bom (1983), Rita e Roberto (1985), Flerte Fatal (1987), Zona Zen (1988) e Rita Lee e Roberto de Carvalho (1990) tinham canções cheias de ganchos, produção limpa e teclados em profusão. Naturalmente a fórmula se desgastou. Ela se recuperou com o disco ao vivo Rita Lee em Bossa ‘n’ Roll (1991), que não está incluído na caixa. Depois, foi gravando cada vez menos. Santa Rita de Sampa (1997), Acústico MTV (1998), 3001 (2000) e MTV ao Vivo (2004), presentes no box, trazem Rita, de uma forma ou de outra, reciclando glórias antigas. Completam a caixa o essencial Refestança (1977, com Gilberto Gil) e Pérolas, com raridades e faixas que ficaram perdidas em meio a essa vasta discografia.
Fonte: Universal