Robbie Williams
Reality Killed the Video Star
EMI
Depois de três anos, popstar britânico retorna com trabalho mediano e confuso
Quando lançou Rudebox em 2003, Robbie Williams tomou pela primeira vez um chute no traseiro do público e da crítica. O cantor ficou por três anos lambendo as feridas. O disco de “retorno”, Reality Killed the Video Star, tenta recuperar um pouco do terreno perdido. É mais comercial e focado que Rudebox, mas daqui não vai sair nenhuma “Angel”. A produção de Trevor Horn ajuda um pouco a tornar o disco mais palatável às rádios. O título, como fica óbvio, é referência a “Video Killed the Radio Star”, dos Bugles, que teve dedo de Horn em sua composição. O novo álbum de Williams é carregado de ironia e autoparódia. É o Robbie Williams de sempre, querendo desconstruir o mito do popstar mimado, mas ao mesmo tempo sem desgrudar das benesses da fama. A esquizofrenia continua na parte musical, com incontáveis referências ao classic rock e uma estranha dicotomia entre baladas conduzidas por piano (“Morning Sun”) e faixas eletro que parecem Pet Shop Boys em seus dias menos inspirados como “The Last Days of Disco”.
POR PAULO CAVALCANTI