Rock Rocket
Rock Rocket
Thurbo Music
Banda paulistana bebe no punk e vangloria a postura de macho
Sim, ainda existe o que se pode chamar de rock de (ou para) macho. Enquanto a maior parte das bandinhas novas não canta músicas que exaltam a safadeza e a masculinidade para não espantar as meninas dos shows ou da cama dos integrantes, o trio paulistano Rock Rocket prefere enaltecer uma posição superior do homem em relação à mulher, nem que seja na porrada. "Levanto sua saia e arranco sua calcinha/ Para garantir que a noite inteira será minha", canta o grupo em "Eu Queria Me Casar". Outras faixas, como "Pé na Bunda" e "Você Não É Minha Namorada", fazem a linha "beija aqui e não enche o saco". Tem mais: para o grupo, rock and roll é bebedeira ("Enquanto eu espero você me ligar.../ eu tomo mais uísque.../ e tira a mão do meu uísque.../ garota, você já era", em "Pra Te Esquecer’) e o que mais puder entrar nas letras como politicamente incorreto. Ponto para o RR por quebrar as regras do bom-mocismo do rock atual. O problema é que a forma para chegar a tal conteúdo não é tão agradável. Para começar, falta novidade nos arranjos. O grupo faz um rock nervoso básico demais, fortemente infl uenciado pelo punk e com vocais muito gritados. Funciona, no máximo, como tomar um porre na balada. Você escuta e dá umas risadas, mas esquece que ouviu no dia seguinte.
José Norberto Flesch