Gui Amabis
Amadurecimento é a palavra que melhor define Ruivo em Sangue, terceiro disco solo de Gui Amabis. Gravado entre São Paulo e Lisboa, o álbum produzido pelo próprio músico chega cheio de angústias e momentos sombrios, mas ainda assim com beleza. O cantor contou com o apoio de Dustan Gallas e Regis Damasceno, ambos do Cidadão Instigado, nos arranjos. Essa influência fica muito evidente em “Graxa e Sal”, faixa de abertura.
Agressivo e denso, o trabalho é certeiro, direto e nada fofinho,como pode ser constatado em “Abestada”, “Eles Eram” e “Patrulha Desorientada”. Acostumado a criar trilhas para filmes e seriados, Amabis aqui faz o caminho inverso, transformando suas letras em cenas cinzentas. A imagem de um homem banhado em sangue com uma faca na mão fica bem nítida depois de ouvir a canção-título. Após os bem recebidos Memórias Luso/Africanas (2011) e Trabalhos Carnívoros (2012) , Ruivo em Sangue sintetiza toda a complexidade de Amabis.
Fonte: Independente