Shakira
She Wolf
Sony Music
Não dá para dizer que Shakira só está se esforçando para fazer agora, cantando em inglês e gravando com produtores da moda – ela sempre tentou ser o mais comercial possível. Basta lembrar de quando a colombiana – na época com seus desgrenhados cabelos loiros – vinha ao Brasil para se apresentar no programa de Gugu Liberato. Dito isso, She Wolf é um trabalho redondo, bem acabado, com metade de suas faixas produzidas pelo coletivo Neptunes (duas repetidas, em versões com letra em inglês e espanhol). Pharrell Williams também coescreveu “Did It Again” (a segunda faixa de trabalho, com uma discreta batucada estilo escola de samba ao fundo) e “Long Time” (com uma pegada de reggaeton domesticado), entre outras. Fora das asas de Pharrell, Shakira ainda cai para o pop oitentista (como em “Men in This Town”, coescrita por Sam Endicott, do Bravery, assim como “She Wolf” – que de longe tem a melhor letra, comparando a repressão de uma garota com o estado dormente de uma “lobismulher”). Apesar de imperfeito – faixas como “Gypsy” e “Spy” são pouco memoráveis –, She Wolf mostra que a cantora está tentando descobrir os seus limites. E, por enquanto, não os ultrapassou.
POR PAULO TERRON