Sinéad O'Connor
Theology
Rob Digital
Depois de altos e baixos, a polêmica irlandesa surpreende
Já vão 22 anos desde a primeira aparição de Sinéad O'Connor na mídia. Três anos depois, ela fazia sua travessia do alternativo para a parada pop, através do megahit "Nothing Compares 2U", de Prince. A fama balançou as estruturas emocionais da moça e ela praticamente sumiu das vistas do público. Mesmo assim, desenvolveu uma carreira interessante, cheia de flertes com a eletrônica e o reggae, que pode ser conferido neste Theology. É um álbum duplo, com as mesmas músicas em versões distintas. O primeiro disco, gravado em Dublin, traz Sinéad e o guitarrista Mark Gilmour num approach acústico, pungente e eficaz. Canções como "If You Had A Vineyard" ou "Whomsoeve Dwells" fi cam melhores nesse formato, enquanto "The Glory of Jah" e "Out of The Depths" soam mais interessantes no segundo volume, gravado com a banda completa, em Londres, trazendo a participação do baixista Robbie Shakespeare em "The Rivers of Babylon". Além do bom repertório autoral, Sinéad canta duas belas covers: "We People Who Are Darker Than Blue", de Curtis Mayfield e "I Don't Know How to Love Him", de Andrew Lloyd-Webber, incluída no musical Jesus Christ Superstar.
Carlos Eduardo Lima