Susan Boyle
I Dreamed a Dream
Sony
Pouca emoção no aguardado primeiro disco do fenômeno virtual
É redundante repassar toda a saga de Susan Boyle. Várias figuras do mercado fonográfico devem estar sorrindo – afinal, pela primeira vez, um hype de internet acionou o doce som das máquinas calculadoras. O disco de estreia da escocesa foi o mais vendido de 2009. Os tutores musicais de Boyle pensaram em tudo e entregaram um produto redondinho, repleto de sensibilidade new age, sentimentalismo e populismo. O repertório cobre todas as bases do pop adulto. Tem regravações de oldies que todos conhecem (“Cry Me A River”, “Wild Horses”), hinos religiosos (“How Great Thou Art”), uma canção natalina (“Silent Night”) e naturalmente “I Dreamed a Dream”, o tema que tornou Boyle um fenômeno. Não há do que reclamar da límpida voz de Susan. Só que não há sofrimento, emoção ou vivência em suas interpretações e os arranjos estéreis banalizam o resultado. Existe um ponto focal que diferencia um verdadeiro artista de um mero cantor talentoso de karaokê ou animador de bingo de igreja. Adivinhem em qual categoria Susan está.
POR PAULO CAVALCANTI