The Decemberists
The King Is Dead
Capitol
Banda não acerta a mão em disco de folk rock genérico e preguiçoso
Colin meloy, líder do Decemberists, é fanático por Morrissey, mas em The King Is Dead ele pulou a cerca. Apesar da referência a um dos mais influentes discos dos anos 80, The Queen Is Dead (The Smiths), o sexto disco da banda do Oregon, foi concebido sob a paixão por outro clássico do período, Reckoning, do R.E.M. De certa maneira, o novo trabalho surge de uma crise que afeta artistas após o ápice criativo. O anterior, The Hazards of Love (2009), levava ao extremo a guinada da banda para certos vícios do rock progressivo. Colin cansou. The King Is Dead é uma volta às raízes e persegue um som básico, que paga tributo às tradições da música norte-americana e ao folk estilo Neil Young. Nas letras, ele deixa o tom épico para se centrar em assuntos mais pessoais. Não fosse a participação do guitarrista Peter Buck, do R.E.M., em “Calamity Song”, poderíamos suspeitar de plágio de “Talk About the Passion”. É assim também em “Down by the Water”, que lembra demais “The One I Love”. Tudo, claro, é homenagem. Mas tantas referências deixaram o disco sem personalidade, como se o Decemberists fosse uma banda folk genérica.
BRUNO YUTAKA SAITO