The Mars Volta
Octahedron
Universal
Estranho como sempre, mas também com um ar acessível
Os rumores eram verdadeiros: Octahedron é o Disco “acústico” do The Mars Volta. Ou, segundo o vocalista Cedric Bixler Zavala, a versão deles para aquilo que consideram um álbum acústico. Mas não se assuste com o termo, pois a eletricidade corre solta no quinto álbum da banda texana. O que há, inegavelmente, é uma atmosfera mais suave, que permeia quase a totalidade das oito músicas, exceção feita a “Cotopaxi” e “Desperate Graves”, as mais pesadas e rápidas do álbum. Sim, estamos diante de uma coleção de (quase) baladas belíssimas, encorpadas, originais. E, para alívio dos fãs, sem descaracterizar o som do TMV. As empreitadas virtuosas de Omar Rodriguez-López na guitarra estão lá, assim como os teclados ora sentimentais, ora progressivos do grandalhão Isaiah Owens. A direção ainda é a mesma, o que mudou foi apenas o ritmo: de marcha para uma caminhada mais tranquila. É, além disso, o álbum mais objetivo e cativante desde a estreia em 2003, com o aclamado De-Loused in the Comatorium, e surpreende até pelos módicos 49 minutos de duração. Músicas como “Copernicus”, “Teflon” e “Halo of Nembutals” (os nomes continuam estranhos) conquistam o ouvinte na primeira audição e fazem de Octahedron a consagração definitiva da voz de Cedric.
POR MARCELO VIEGAS