Skank
Um novo disco do skank não é exatamente uma caixinha de surpresas. Quem o escuta sabe o que esperar, e esse pode ser considerado o grande mérito de uma banda experiente e encharcada de personalidade, que definiu um estilo próprio agregando gêneros diversos com sabedoria. Velocia parece uma combinação de todas as direções em que o quarteto mineiro já se arriscou nos últimos 20 anos. Tem o pop irresistível e malemolente das fases Calango e O Samba Poconé em “Ela Me Deixou”. Há a tradicional faixa futebolística – “Alexia”, homenagem à craque do Barcelona feminino. A melhor do disco, “Do Mesmo Jeito”, remete ao arrebatamento irresistível de “Vou Deixar” (de Cosmotron). Há ainda reminiscências da fase mais progressiva e texturizada de Carrossel, nas delicadas “Galápagos” e “Esquecimento”. A mais destoante (e talvez arriscada) é “Aniversário”, dueto singelo de Samuel Rosa com a cantora Lia Paris. O vocalista declarou que este seria o álbum menos calculado do Skank, e isso transparece positivamente, refletindo uma atual condição tranquila e mais contemplativa do grupo (notavelmente, a maior parte das faixas é em marcha média para lenta). Soando natural sem jamais perder o requinte, Velocia atesta musicalmente que quem domina uma arte dificilmente perde a mão.
Fonte: Sony