Mallu
Há dez anos, Mallu jogava suas primeiras quatro músicas no MySpace. Foi a partir desse movimento que o Brasil descobriu a menina que gostava de Bob Dylan e Johnny Cash. Prestes a completar 25 anos, ela segue encapsulada na década de 1960 – só que as referências mudaram. Seu quarto álbum aprofunda paqueras com Nara Leão, acena com entusiasmo para o período áureo de Elza Soares e deixa clara a intenção de homenagear Jorge Ben (ainda sem o Jor) em construções, frases e falsetes. Vem não fica somente no terreno da bossa/samba-jazz, mas essa é a porção que primeiro se destaca, até mesmo pela disposição das faixas e pelos arranjos exuberantes de Mario Adnet. Hoje vivendo em Portugal, Mallu exibe versos cheios de banzo, algo que os títulos já entregam: “São Paulo”, “Guanabara”. Outra canção de saudade é a graciosa “Gigi”, em que a cantora descreve sua mãe. Nela, entram em cena os Hermanos Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, sendo que o primeiro merece aplausos pela vigorosa produção do trabalho.
Fonte: Sony